
Autor: Domingos Tavares, 1996
Material: Alvenaria de tijolo, betão, pedra mármore.
A Praça 25 de Abril é povoada por 28 laranjeiras e o Canteiro de Trigo, que são elementos que transpõem a ideia da produtividade da terra e os valores libertadores dos que a cultivam, para uma área de crescimento urbano onde esses valores são normalmente transportados para segundo plano. A arte, ou o monumento propriamente dito, surge no Canteiro de Trigo, como que simbolizando a emergência de um centro de produção. Eleva-se no sentido de encontrar a sua expressão e torna-se colorido. Finalmente, os pinheiros mansos e a placa especial de trânsito para fechar (ou iniciar) este ciclo de sucessivos sinais ao longo do terreno da intervenção. As superfícies rebocadas da peça - monumento são pintadas a cal vermelho vivo (do óxido de ferro) e no seu interior estão encastradas seis pedras (mármore moleano), nas quais estão gravadas as seis imagens decompostas da fotografia que serve de tema e que se apresentam nos desenhos. Por sua vez, as superfícies rebocadas dos muros do espelho de água são caiadas a branco, com excepção do quinto muro nascente que é também vermelho. A água sai do monumento por uma fonte de mármore de escultura, conduzida ao longo da peça, mergulha dentro dela e sai nas condutas que atravessam as laranjeiras desembocando no lago, criando assim um percurso de água que abrange toda a praça. Ao apreciar este monumento – praça, não só se está em confronto com a memória viva de um movimento (que levou à instauração da Democracia no dia 25 de Abril de 1974) que é de todos, mas também se tem a perceção de como a sua relação com a comunidade local pretende ser uma relação serena, na qual é simbolizada a coexistência da arte, pela preservação e pela valorização da memória, com a utilização da mesma na valorização do espaço e da própria arte.
Localização:
Junto aos Bombeiros Voluntários de Castro Verde
Rua da Seara Nova
7780 Castro Verde