Na fronteira entre os concelhos de Castro Verde e Mértola estende-se uma pequena serra; se outros nomes conheceu, chegou até aos nossos tempos como o de Aracelis, forma popularizada de ara coeli, isto é, “altar do céu”, invocação que os devotos de Maria atribuíram à capela que ergueram no seu cimo. Desconhece-se, em absoluto, quando esta se fundou. É provável, no entanto, que date de finais do século XVI, época de expansão deste culto mariano, não surgindo arrolada, até então, nos sucessivos processos visitacionais da Ordem de Santiago.
Ao contrário de muitos outros templos rurais da região que não sobreviveram à passagem dos séculos e à laicização progressiva dos costumes, a capela de Nossa Senhora de Aracelis continua a atrair devotos e romeiros de diferentes paragens, sobretudo por ocasião da festa da padroeira, em setembro, assumindo-se como um dos principais santuários marianos alentejanos. O edifício, de pequenas dimensões e de linhas simples, é antecedido por um amplo adro, ao qual se acede por dois pórticos decorados, de gosto popular, conferindo graciosidade e beleza ao conjunto, devendo este datar de finais do século XVI, com prolongamento construtivo no século seguinte, época atribuível ao altar-mor e à imagem da Virgem que nele se venera.
Morada:
Ermida de Nossa Senhora de Aracelis
Monte do Salto
7780 São Marcos da Atabueira