Município de Alenquer

Plano Zonal de Castro Verde

Com uma paisagem pouco acidentada, de vegetação parca, solos xistosos e terras claras, a região de Castro Verde é o coração do Campo Branco. O coberto vegetal esclerófilo, de folhagem dura, carateriza-se por manchas raras de azinheiras, alguns sobreiros e pequenas cercas de olival. Aqui e ali, pequenas linhas de água rasgam a morfologia padronizada na planície deste concelho.

Os sistemas cerealíferos extensivos e as pastagens seminaturais que caraterizam o concelho de Castro Verde, têm marcado sistematicamente, e durante centenas de anos, o território natural do concelho. Padrão de ocupação do solo muito particular, terra limpa, com rotações de cereais e pousios longos. Neste habitat pseudo-estepário, adaptaram-se várias espécies de aves, hoje na sua maioria em vias de extinção. A Abetarda, a verdadeira rainha da estepe, o Sisão, o Cortiçol de Barriga-Preta, o Penereiro-das-Torres, o Grou, o Rolieiro, a Cegonha Branca, entre muitas outras, compõem a riqueza do mosaico natural, que está momentaneamente protegido pelo Projecto Biótopo Corine.
 
O Plano Diretor Municipal de Castro Verde, publicado em 1993, consagra legalmente a interdição na área do Biótopo Corine, mais de 2/3 da área do concelho, à instalação de florestas de crescimento rápido, apontando-se para a recuperação da agricultura tradicional. Procura-se assim compatibilizar o uso da terra com a preservação da natureza, muito particularmente, da sua avifauna.
 
Neste contexto o Plano Zonal de Castro Verde, iniciado em 1995, e, enquanto Medida Agroambiental elaborada especificamente para a região do Campo Branco (abrangendo cerca de 60000 ha), veio consagrar apoios importantes aos agricultores que viabilizam a estratégia preconizada no P.D.M., e cujos resultados são hoje particularmente visíveis, não apenas na proteção das espécies, como na salvaguarda dos terrenos delgados da região. Desta forma, a área do Biótopo de Castro Verde, classificada como Z.P.E., no âmbito da Directiva 79/409/CEE, integrando a Rede Natura 2000, aguarda neste momento a definição dos seus instrumentos de gestão. 
 
A riqueza natural do concelho, em especial ao nível de avifauna, e os trabalhos de conservação desenvolvidos (Plano Zonal) tem sido apontada como exemplo a nível europeu. Também aqui a Liga Para Protecção da Natureza (LPN), tem vindo a desenvolver uma importante actividade, nomeadamente na aquisição de propriedades, que constituem reservas biológicas, e onde decorrem projectos de conservação de habitats e salvaguarda das espécies ameaçadas.